Números da BR-101 que expõem a letalidade e a omissão com os ciclistas

Considerado o trecho de rodovia federal mais perigoso de todo o País, o recorte da BR-101 na Grande Florianópolis apresenta números trágicos (também) quando envolve ciclistas.

Bicicleta foi instalada neste domingo (30) na Br-101, em São José - Divulgação. ND

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Bicicleta foi instalada neste domingo (30) na Br-101, em São José – Divulgação. ND

Duas mulheres morreram em acidente registrado na BR-101 na manhã desta segunda-feira  - PRF/Divulgação/ND

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Duas mulheres morreram em acidente registrado na BR-101 na manhã desta segunda-feira – PRF/Divulgação/ND

Acidente ocorreu no km 192 da BR-101, em Biguaçu - Arcanjo/Divulgação

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Acidente ocorreu no km 192 da BR-101, em Biguaçu – Arcanjo/Divulgação

Como a rodovia foi engolida pela urbanização nos últimos anos, o trânsito de bicicletas é uma realidade em todo o trajeto, de Palhoça a Biguaçu, que é jocosamente classificada como “grande avenida”.

De 2020 até o dia 15 de junho, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) já contabilizou 249 acidentes, sendo que 236 restaram com feridos.

No total foram 8 mortes registradas dando um caráter ainda mais letal para o trecho que, nesse momento, está em colapso.

De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o acostamento é destinado à circulação de pedestres e ciclistas, além de parada de veículos.

Quando não há acostamento, ciclistas devem usar as vias marginais que, sequer, contam com a sinalização.

A esperança é que os números recuem com a liberação do Contorno Viário que deve escoar o trânsito pesado e reduzir em, pelo menos, 30% o fluxo da BR-101 e vias marginais.

É importante apontar também que o Contorno Viário, que é um corredor expresso para veículos, não previu, ao longo de sua quase interminável construção, a inclusão de ciclovias.

Omissão com os ciclistas

Que a BR-101, na Grande Florianópolis, foi abocanhada pelas cidades, isso não é exatamente uma novidade.

Mas chama a atenção a omissão das autoridades em estruturar um espaço para o trânsito de bicicletas.

Se não há condições de estruturar, que se sinalize em prol da circulação seja para informar ou, nesse caso, proibir.

Há grande volume de bicicletas circulando pelas marginais, principalmente, em horários de pico.

É possível constatar caminhões com mais de 20 toneladas dividindo cada metro com ciclistas.

Um convite à tragédia. Sabe-se lá até quando.

 

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