Falso sequestro: integrante de quadrilha é preso em Florianópolis

Um homem suspeito de integrar uma quadrilha especializada na prática de extorsões com o golpe do “falso sequestro” foi preso durante cumprimento de mandados da “Operação Rael”, da Polícia Civil, em Florianópolis. Segundo a investigação, o esquema era comandado por criminosos que já estão presos.

Policiais em busca de criminoso de "falso sequestro"

Suspeito de participar do golpe do “falso sequestro” é preso em Florianópolis. – Foto: Polícia Civil/ Divulgação/ ND

A ofensiva foi realizada na quinta-feira (20), com comando da Polícia Civil do Distrito Federal e apoio das polícias de Santa Catarina e do Rio de Janeiro. Ao todo, dez integrantes já foram identificados, incluindo os responsáveis pelo esquema. Eles devem responder pelos crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas até 31 anos de prisão.

Idoso permaneceu em ligação por 20 horas

A investigação começou após um idoso, morador do Distrito Federal, ser vítima do grupo e permanecer em ligação telefônica durante 20 horas. Do outro lado, o criminoso realizava ameaças dizendo que o filho do idoso havia sido sequestrado e que só seria libertado mediante pagamento de resgate. As ligações eram realizadas por criminosos no regime semiaberto. O sequestro, no entanto, nunca foi realizado.

Esquema de falso sequestro era sofisticado

O crime era liderado por três indivíduos, com grande conhecimento em informática, que usavam ferramentas sofisticadas para esconder seus rastros na internet. Os dados de potenciais vítimas eram comprados em páginas on-line e depois repassados aos comparsas.


Suspeito de participar do golpe do “falso sequestro” é preso em Florianópolis. – Vídeo: Polícia Civil/ Divulgação/ ND.

Atuação em diversos estados

As ligações eram realizadas de dentro de dois presídios no Estado do Rio de Janeiro. Assim que alguma vítima era convencida, as informações eram repassadas para“entregadores”, espalhados pelos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Acre, Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo e Distrito Federal.

As vítimas eram orientadas a colocar cartões bancários e objetos de valores em sacolas, que seriam recolhidas pelos “entregadores”. Os envolvidos realizavam saques e transferências bancárias, enquanto a vítima era mantida na linha sob ameaças. Objetos de valor, como joias e pedras preciosas, eram enviados para uma agência dos Correios em Niterói, no Rio de Janeiro, onde eles eram recolhidos pelos líderes do grupo.

Liderança está presa desde 2007

O principal responsável pela quadrilha está recolhido ao sistema prisional carioca desde 2007. Ele foi capturado enquanto extorquia vítimas do Estado de São Paulo e, desde então, vem se especializando no cometimento destes crimes.

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