Estado planeja vender área nobre de Florianópolis; Direto do Campo deve desocupar terreno

Após décadas de um impasse jurídico, o terreno de aproximadamente 10,5 mil m² na rua Rui Barbosa, via marginal da avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, onde fica o Direto do Campo, será negociado pelo governo do Estado.

A transação foi viabilizada pelo projeto de lei 457/2023, sancionada nesta segunda-feira (17) pelo governador Jorginho Mello, que possibilita a venda, permuta, concessão e autorização de uso de imóveis do Estado

Estado planeja vender área nobre em Florianópolis; Direto do Campo deve desocupar terreno – Foto: Germano Rorato/ND

Direto do Campo tem prazo de 18 meses para desocupar terreno

Conforme a Secretaria de Estado da Administração, o terreno está avaliado em R$ 350 milhões e o governo vai definir estratégias para gerar recursos com o imóvel e reduzir o déficit previdenciário.

 

A área inclui o Direto do Campo, a estrutura da AMA (Associação de Moradores da Agronômica) e um campo de futebol. O prazo para a desocupação da área é de 18 meses.

O terreno está avaliado em R$ 350 milhões, segundo Secretaria de Estado da Administração – Foto: Germano Rorato/ND

Presidente da Adica (Associação dos Comerciantes do Direto do Campo), o empresário Thiago Santos, 42 anos, celebrou o prazo para desocupação, porque os comerciantes terão um tempo para desmobilizar as operações.

“Vai servir para nos restabelecermos em outro local. O ideal seria um pouco mais, mas está cabível. Vamos aproveitar ao máximo esse período para evitar transtornos futuros na saída”, declarou.

A associação que ele lidera responde por 12 empresas, que geram 400 empregos diretos e indiretos. “Agora temos que evitar contratações e honrar os compromissos com os fornecedores e os nossos contratos”, completou Santos, que é proprietário de um negócio de pescados, vai procurar outro local para a empresa e agradeceu a extensão do prazo.

Associação dos Comerciantes do Direto do Campo responde por 12 empresas que geram 400 empregos diretos e indiretos  – Foto: Germano Rorato/ND

“Estávamos esperando o imbróglio, porque tínhamos um prazo até setembro, mas houve bom senso dos deputados e do governador Jorginho, que se sensibilizou com a nossa causa”.

Arrecadação para a previdência

Conforme o secretário de Estado da Administração, Vânio Boing, o governo conseguiu uma aprovação parcial do que pretendia, mas atendendo a finalidade de obter recursos e aliviar o déficit previdenciário.

“O Estado dispõe de 4.400 imóveis, a maioria pequenos e no interior, mas tem uma parcela subutilizada, que não proporciona retorno. Somos obrigados a reintegrar o Direto do Campo, sob pena de o Tribunal de Contas nos interpelar”, afirmou Boing.

O secretário falou sobre a intenção de criar um fundo imobiliário em desenvolvimento. “O Estado tem uma área nobre, supervalorizada e podemos desenvolver um empreendimento imobiliário com um parceiro privado.

O prazo para a desocupação da área é de 18 meses – Foto: Germano Rorato/ND

Ali comporta uma área mista, comercial e residencial, e faremos estudos para viabilizar um empreendimento, onde o Estado seria permutante com o terreno. Temos que maximizar retorno com os ativos que temos”.

Boing disse que a área tem viabilidade, por exemplo, para quatro a cinco torres comerciais e residenciais, que o governo pode permutar. “No caso das torres comerciais, poderíamos deslocar algum órgão do Estado, onde hoje pagamos aluguel, para cortar a despesa e fazer sobrar mais recurso para usar na previdência”.

Conforme Boing, se o governo tiver participação em imóvel residencial, como o fundo será detentor do empreendimento, seriam construídos para vender e o produto da venda dividido entre os sócios, como o próprio governo, que teria cerca de 30% de participação.

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