Liga de futebol amador de Florianópolis dribla obstáculos e apoia comunidades locais há 28 anos

Fundada em 1996, a LIFF (Liga Florianopolitana de Futebol) foi criada a partir de uma necessidade, tendo em vista a transferência da FCF (Federação Catarinense de Futebol) de Florianópolis para Balneário Camboriú no mesmo ano.

Sede da Liga Florianopolitana de Futebol

Sede da Liga Florianopolitana de Futebol – Foto: Iago Carvalho

“A LIFF nasceu com esse propósito de dar continuidade ao esporte, que há muitos anos é popular em Florianópolis”, afirma Manoel de Paula Machado, presidente da LIFF, carinhosamente conhecido como Dequinha.

Vinte e oito anos se passaram, e até hoje é impossível desassociar Dequinha da LIFF e a LIFF de Dequinha. No comando da entidade desde a fundação, ele revela que a força do futebol amador em Florianópolis já foi maior e, com carinho, lembra de quando a Liga já contou com primeira, segunda e terceira divisão.

“Essa decrescida se deu por conta da situação econômica e pelas altas exigências da Liga, até porque não é mais qualquer clube que pode se filiar, por ocasiões que a própria liga impõe para a realização dos torneios”, disse.

Atualmente, a Liga comporta 79 clubes filiados, sendo 45 ativos e 34 inativos. Dentre os ativos, estão os times Sub-15 profissionais do Avaí e do Figueirense, além de alguns projetos sociais, como o Projeto Monte Serrat, que participa do torneio Juvenil.

Clubes ativos da Liga Florianopolitana de Futebol (LIFF)

Clubes ativos da Liga Florianopolitana de Futebol (LIFF) – Foto: Leandro Maciel

“Todos os nossos torneios importam. Desde o Sub 15 ao Adulto. Imagina a importância do torneio infantil para os projetos sociais como o do Monte Serrat, então temos que tratar todos com a devida importância.”, comentou o presidente.

Conhecida no meio futebolístico, a Liga já contou com ex-jogadores profissionais de destaque, como André Santos, ex-Figueirense, Flamengo, Grêmio e Seleção Brasileira, que passou pelo Náutico do Santinho no ano de 2021.

A LIFF se mantém com repasse de recursos da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte da Prefeitura de Florianópolis.

Dequinha destaca a importância deste apoio para a formação de cidadãos e de atletas na sociedade. “Sabemos que o futebol chega nas comunidades e da força que esse esporte tem.

É de extrema importância esse apoio, sobretudo para o Sub 15 e o Juvenil (Sub 17). É uma necessidade e um dever social que a prefeitura tem com as crianças”, disse.

“Imagina quantas crianças, por meio do esporte, estamos mantendo longe das ruas, evitando que as mesmas sejam reféns do crime, da falta de saúde. O alcance dessas competições é realmente incalculável, não tem preço, e o poder público sabe disso”, finaliza Dequinha.

Liga tem desafios para se manter

Como a Liga Florianopolitana de Futebol é uma entidade sem fins lucrativos, o repasse de recursos da prefeitura segue sendo a principal fonte de renda da Liga, que ainda arca com custos para realização de torneios e de documentação.

Além do apoio aos clubes que arcam com contratação de jogadores e de custeio da taxa de arbitragem, que de acordo com o presidente da entidade é a maior despesa dos clubes.

“Quando o poder público não está junto, aí é ‘babau’. Se eles não estiverem nos ajudando, inviabiliza todo o procedimento, pois os clubes não tem caixa. Todo ano ficamos em cima, estou desde fevereiro em contato com eles e até agora nada, mas uma hora sai”, declarou o presidente.

Dequinha ainda cita a importância do apoio da Federação Catarinense de Futebol.

“A FCF não cobra nenhum centavo de nós e nos ajuda em tudo, como no alvará de funcionamento, por exemplo, que é uma despesa anual. A FCF dá todo apoio ao futebol não profissional, já a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) só cobra, cobra e cobra.”

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