
O comandante de uma embarcação pesqueira e o suposto chefe de um esquema que traficava drogas do Brasil para a Europa e para a África em navios foram presos em Florianópolis e Itajaí nesta terça-feira (2), durante a operação Narcopesca da Polícia Federal.

Apartamento de luxo onde o suposto chefe do esquema foi preso fica localizado em Itajaí – Foto: PF/Divulgação/ND
Segundo a PF, a Operação Narcopesca é a segunda fase da Operação Hinterland, que investiga uma organização criminosa que atua na logística de transporte de grandes carregamentos de drogas em embarcações pesqueiras, de apoio marítimo e veleiros, com destino para Europa e África.
Segundo o delegado da Polícia Federal, Roger Soares Cardoso, o suspeito preso em Itajaí era o principal alvo da operação. Ele explicou como atuava o grupo, que utilizava embarcações pesqueiras, de apoio marítimo e veleiros.
“Eles eram contratados para levar carregamentos de droga para a Europa e para trazer carregamentos de droga da África para cá. Ou seja, era logística de transporte de embarcações”, disse Cardoso.
De acordo com o delegado, o suspeito preso em Florianópolis era o comandante de uma das embarcações, que veio da costa da África trazendo um carregamento de haxixe para o Brasil.
Além dos mandados de prisões, que também foram cumpridos em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão: um em Itapema, três em Itajaí, um na Capital e um no Rio Grande do Sul. Nesses locais, a PF reteve imóveis, veículos, embarcações e bloqueou contas bancárias de pessoas físicas e pessoas jurídicas.
As ordens judiciais foram expedidas pelo juízo da 22ª Vara Federal de Porto Alegre.
Os investigados poderão responder pelos crimes tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Se condenados, estarão sujeitos a uma pena de até 33 anos de reclusão.
Esquema estava envolvido em tráfico de cocaína no casco de navio, diz PF
A investigação concluiu que o grupo estava envolvido no transporte de, aproximadamente, 4,6 toneladas de cocaína, que iriam para Europa, e 3 toneladas de haxixe que viriam para o Brasil.
A Polícia Federal também conseguiu ligou alguns dos investigados no dia em que 21 kg de cocaína foram colocados no casco de um navio — que partiria do Porto de Rio Grande com destino a Portugal — em 29 de fevereiro deste ano.
Ao todo, a operação Hinterland envolveu 200 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal do Brasil, que cumpriram 534 ordens judiciais, incluindo 17 mandados de prisão preventiva, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, bem como na cidade de Assunção, no Paraguai.