Como vereador usou ‘testa de ferro’ em secretaria para suposta corrupção em Florianópolis

Kelly Mattos de Figueiredo é uma das investigadas na Operação Presságio, cuja terceira fase foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (28), em Florianópolis. A atual Secretária Municipal do Continente foi nomeada em janeiro deste ano, no lugar do atual vereador Gui Pereira, e é apontada no processo como “testa de ferro” do esquema de desvio de recursos públicos.

Kelly Mattos de Figueiredo é a atual titular da Secretaria Municipal do Continente, nomeada no lugar do atual vereador Gui Pereira

Kelly Mattos de Figueiredo é uma das investigadas na Operação Presságio – Foto: Reprodução/ND

Conforme apontado pela investigação da Polícia Civil, Kelly era responsável por redigir os projetos das associações vinculadas ao vereador Gui Pereira, usados para desviar os recursos da prefeitura.

Conversas interceptadas pela polícia revelaram que Kelly e Renê Justino – um dos principais articuladores do esquema – traçavam estratégias para elaborar os projetos e burlar a fiscalização.

Conforme a investigação, a secretária municipal facilitava a contratação de “professores”, os quais não davam todas as aulas, e os substituía, em seguida, por auxiliares, a fim de justificar os gastos e aumentar o retorno financeiro ilícito.

Secretária municipal facilitava a contratação de “professores”, os quais não davam todas as aulas, e os substituía, em seguida, por auxiliares – Foto: Reprodução/Polícia Civil/ND

Kelly também estava envolvida, segundo o processo, na nomeação de pessoas ligadas ao esquema criminoso em cargos públicos, além de facilitar transferências financeiras suspeitas, o que, de acordo com a investigação, “demonstra sua participação ativa e consciente no esquema de desvio de recursos públicos”.

Por fim, o documento reitera que manter Kelly no cargo, antes ocupado pelo vereador, permitiria que o ex-secretário continuasse obtendo vantagens ilícitas.

Assim, diante das provas obtidas no inquérito policial, foi solicitado que Kelly e outras cinco pessoas fossem afastados das funções públicas.

Em nota, a defesa de Kelly informou que ela não possui qualquer envolvimento em atividades ilícitas relacionadas à contratação de associações ou recebimento de vantagens indevidas. E finalizou: “Estamos preparando uma defesa detalhada que será apresentada nos autos do processo, onde todos os fatos serão devidamente esclarecidos”.

Gui Pereira está no centro do esquema envolvendo secretaria

O vereador Gui Pereira (PSD), de 41 anos, que foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta sexta-feira (28) durante a terceira fase da Operação Presságio, é suspeito de integrar o cerne do esquema de desvio de dinheiro público envolvendo a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis.

Segundo o processo de investigação da Polícia Civil, o qual o ND Mais teve acesso, o ex-secretário municipal do Continente era um dos principais destinatários dos recursos desviados, assim como o que ocorria com as associações vinculadas a Ed Pereira, ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, preso durante a segunda fase da Operação Presságio, deflagrada em maio deste ano.

Conversas interceptadas revelaram que Gui Pereira foi descrito como “dono” de vários projetos sociais mantidos por associações que recebiam os recursos da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte. Dessa forma, as diligências levam a crer que o vereador utilizava essas associações para desviar dinheiro público.

A defesa do vereador nega as acusações.

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